terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Transporte Coletivo e Pedágios - Audiência Pública

Um país como o nosso - que investe tão pouco em educação - não contribui para a formação de um povo capaz de exercer a sua cidadania, por esta razão a nossa participação nos destinos do Brasil é muito acanhada e assim alguns deitam e rolam as nossas custas.

Bento Gonçalves não tem um ônibus direto para Porto Alegre e vice-versa. Muitas vezes poderíamos ir de ônibus para a capital, mas por este motivo: TEMPO, não o fazemos, além do valor da passagem não compensar, ou seja, dá na mesma, se não for mais caro que ir só de carro. Duas pessoas então nem se fala.

Mas ainda com relação ao tempo, é importante observar que de Bento a Capital há entre lombadas e pardais mais ou menos uns 15 aparelhos e um pedágio. A nossa falta de civilidade, fruto da má educação, o não respeito à sinalização é que determina a existência de tantos controladores de velocidade.

Antes desta parafernália toda, ia-se a Porto Alegre no máximo em hora e meia, respeitando os limites de velocidade e mais, sem a duplicação de São Vendelino a Scharlau e o pedágio. Hoje se consegue este tempo apenas de madrugada. Quem gosta de Fórmula Um sabe o quanto pode representar uma parada no box, talvez a perda da corrida, eis a importância da questão tempo no mundo moderno. Até chá enlatado já existe de tanta pressa que se tem.

O exemplo da Fórmula Um serve para ilustrar o quanto se perde de tempo a cada controlador de velocidade e no pedágio, menos mal que há só um. Isto não significa que em alguns pontos não se deva reduzir a velocidade, para segurança dos pedestres, mas outras providencias poderiam ser tomadas para isto, mas há alguns em locais sem esta necessidade.

Calculando por baixo isto pode representar 15 minutos. Vamos supor então que a empresa Bento tenha dez ônibus que vão a e voltam de Porto Alegre diariamente. Isto significa 300 minutos ou 5 horas, 365 dias por ano 1825 horas, ou seja, 76 dias por ano. Esta perda diária daria, no mínimo, para se colocar mais um ônibus, que aumentaria o faturamento e lucro da empresa e poderia ser revertido em conforto, talvez emprego, mais um ônibus, impostos, etc. Afinal, isto pode representar um faturamento anual aproximado de R$ 600 mil.

O melhor aproveitamento da frota, entre outras, deveria levar também a uma redução nos preços das passagens.

O custo do transporte é elevadíssimo no Brasil, pois depende muito da malha rodoviária e o tempo que se perde, o gasto na manutenção dos veículos, perda de pneus pelas más condições das estradas, fazem que os nossos produtos sejam pouco competitivos.

O tráfego nas rodovias precisa fluir, para isto que elas foram feitas, afinal por onde se escoa a riqueza produzida neste país? Enquanto não há ferrovias e hidrovias, nada se pode fazer.

Tudo isto faz parte do que chamamos CUSTO BRASIL, o mau uso do dinheiro público, investimentos mau feitos, estradas ruins, tempo perdidos com excesso de burocracia, entre tantos outros, precisam ser geridos para de forma a dar maior eficiência aos serviços públicos e para a competitividade dos nossos produtos.

O pedágio é um custo importante no preço dos produtos, pois ele não é apenas o valor cobrado na cancela, ele entra no custo do arroz, do feijão, da banana, do móvel, do vinho, etc. e se multiplica pela elevada carga tributária, jamais vista na história deste país. Aliás, jamais ouvi o nosso presidente se referir a ela desta forma, como o faz seguidamente em outras questões.

Nunca – na história do Rio Grande do Sul – se viu estradas tão ruins, como disse um cidadão na audiência pública, não são rodovias, mas sim REMENDOVIAS. Pior, dizem que as concessionárias estão reclamando indenização de quase R$ 2 bilhões.

A maioria das pessoas está focada única e exclusivamente no pedágio e nenhuma outra solução é procurada. Sempre há uma maneira melhor de se fazer qualquer coisa, este é o preceito geral da administração.

Como disse um cidadão na audiência: “e o IPVA pra que serve?” O que é feito deste dinheiro, realmente, falta muita transparência no uso das verbas públicas, mas se a sociedade civil não participar ativamente, controlando e cobrando, o uso dos recursos, tudo continuará como era dantes. A audiência foi um bom indício de que podemos mudar, basta querer.

Um comentário:

  1. Oi Luiz,
    É preciso ampliar nossa forma de comunicação para que mais gente saiba da realidade.
    "Quando nada é certo, tudo é possível." Margareth Drabble
    Um abraço e uma feliz manhã de quarta-feira
    Vanderlan Vasconselos

    ResponderExcluir