segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PSB ESTADUAL REALIZA REUNIÃO AMPLIADA E LANÇA CHUMACHER COMO PRÉ-CANDIDATO A DEPUTADO.

PSB de Bento Gonçalves-RS participa de reunião estadual.  


SCHUMACHER É APRESENTADO E INDICADO COMO PRÉ-CANDIDATO PELO PSB EM ENCONTRO ESTADUAL

Neste último sábado Werner Schumacher foi apresentado ao PSB em Reunião de Diretório Ampliada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e destacado como uma grande conquista do partido neste ano.

O Economista destacou a pujança de Bento Gonçalves e de todos os municípios da Serra Gaúcha na economia do Estado através da capacidade de empreender de seus cidadãos - com crise ou sem crise - principalmente, por fazerem desenvolvimento local, sem necessariamente depender de investimentos externos.

Por fim, disse ser o amor a razão de existência das pessoas e o amor é manifestado no desejo de proporcionar felicidade a quem se ama, felizmente à maioria isto demonstra amando a família, a esposa ou o esposo, no entanto, alguns manifestam em seus bolsos, cuecas e meias, enchendo-os de dinheiro, mas é preciso amar o próximo e por esta razão devemos encaminhar para o governo do Estado alguém que ame o Rio Grande e este nome é o Deputado do PSB Beto Albuquerque.

O EXCESSO DE CENTRALIZAÇÃO QUE ATRASA O PAÍS

O Brasil é um país de dimensões continentais e cada Estado tem as suas características particulares, no entanto, a grande maioria das decisões com respeito ao desenvolvimento do país é tomada em Brasília. Os Tecnocratas, como eram chamados os técnicos e burocratas do governo no tempo da ditadura e, talvez, aqui esteja à raiz da centralização, a partir de seus gabinetes no planalto decidem o que se deve fazer do Oiapoque ao Chuí e isto vem criando enormes distorções e atrasando o país.

A região da Serra Gaúcha é e sempre foi muito forte na criação de pequenos empreendimentos. Quando era criança, minha família seguidamente vinha a serra para comprar vinho, queijo, salame, capeletti, malhas, etc. Muitas empresas surgiram destas atividades. Não lembro de alguém passar mal ou morrer por comer estes alimentos.

Hoje, o número destes estabelecimentos é grande, pois o turismo rural e o enoturismo intensificaram estas atividades. Há não mais de cinco anos o número de vinícolas na região dobrou e inúmeras pousadas e restaurantes surgiram. Estes nem sempre atendem as recentes normas criadas em Brasília e muitos por isto poderão fechar as portas.

Concordamos com a exigência de determinadas condições de higiene para a produção de alimentos, mas chegar ao ponto de exigir uma “sala pra lavar alface” como ironizou um amigo interessado em instalar um restaurante na sua pousada, é um exagero e, sem dúvida, há muitos exageros.

Várias construções da nossa região são de pedra talhada ou taipa e pela nova legislação há a exigência em alguns casos de revestir estas paredes com azulejo, um verdadeiro crime contra o nosso patrimônio histórico e cultural. Quem não gosta de ver salames e copas pendurados nos porões destas casas?

Por outro lado, a legislação não é clara, dando margem a diversas interpretações. Para isto, pregam a contratação de consultorias para fazer um diagnóstico de cada empresa e apresentar um projeto para adaptação as novas normas. Este custo – o famigerado Custo Brasil – não é baixo e na maioria das vezes impagáveis.

Também, é visível a máxima de “cada macaco no seu galho”, ou seja, ora é assunto duma repartição, ora de outra e assim vivemos perdidos, imobilizados, pois nada avança além de um documento levar – no mínimo – uma semana para ir de uma mesa a outra dentro de uma repartição pública.

Não é difícil em um país com as dimensões do Brasil funções se sobreporem. A legislação para a produção de vinhos é responsabilidade do Ministério da Agricultura, mas há ingerência da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ligada ao Ministério da Saúde e praticamente apenas no nosso Estado, a Secretaria da Agricultura também está presente.

Pelo fato do Brasil ser dividido em Estados, caberia a federação criar a Lei, conjuntamente com os mesmos, para que estes a aplicassem e também fiscalizassem o seu cumprimento.

Como nada está definido e ninguém quer se comprometer, muitas vezes leva-se ano(s) para se obter uma licença e, quando não muito, as regras mudam frequentemente, levando a um total desnorteamento e a contratação, mais uma vez, de consultores, formando um verdadeiro cartel destes serviços, que deveriam ser fornecidos gratuitamente pelo Sistema S (Sebrae, Senar, Sesi, etc.).

Vejam o caso do selo para vinhos, aqueles favoráveis a esta medida de controle fiscal, alegam além do descaminho, a sonegação e a produção clandestina sem controle, as vezes com razão, mas é esta a única solução. Não seria o caso de se dar condições para que os micro e pequenos produtores saiam da clandestinidade? Esta nunca terminará enquanto não houver condições de inclusão social.

O Brasil hoje é governado para os trabalhadores e pequenos produtores, jamais na história deste país se viu tamanha inclusão social, no entanto, alguns de seus Tecnocratas parecem estar mais a serviço do modelo de desenvolvimento hegemônico vigente, voltado para as grandes corporações, pois estas pressionam propositadamente a criação de dificuldades operacionais para os pequenos e assim dominarem "democraticamente" o mercado. Pela legalidade, nunca pela legitimidade.

Não se é a favor da sonegação, da clandestinidade ou da produção sem as mínimas condições sanitárias. É-se a favor dos micro e pequenos produtores, que se dê a estes oportunidade de inclusão social. Afinal, um mundo de pequenos fortes e unidos, voltado de fato para as pessoas, seria um mundo sem crise, pois esta que alguns dizem estar acabando, mas que todos estão pagando a conta – principalmente os pequenos - é oriunda das grandes corporações, que recebem ajuda governamental em nome do emprego e da estabilidade financeira, na verdade, para garantia dos honorários milionários de seus executivos e do lucro dos acionistas, o assim chamado motor do economia.

Enquanto o motor da justiça social, de quem mais emprega, de quem põe 70% do alimento na mesa dos brasileiros recebe o que?

Tiro nas costas, fogo amigo, etc.

Felizmente, a natureza está do nosso lado e em breve será o único e verdadeiro motor da economia.

Werner Schumacher
Economista

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Um “Happy Hour” regado a Patrimônio Histórico e Cultural

Parafraseando o Presidente Lula, jamais na história de Bento Gonçalves teve uma audiência pública tão feliz quanto a realizada nesta 5ª feira, para tratar do patrimônio histórico e cultural do município.

Não creio que alguém saiu insatisfeito da Câmara de Vereadores, pois foi de fato um entardecer muito feliz, uma vez que tivemos uma verdadeira aula de cidadania. O Projeto-Lei foi apresentado e todos tiveram a possibilidade de se manifestar e o consenso foi geral, de que a sociedade civil e pública estão no caminho certo para se encontrar uma forma de preservação da memória municipal.

A riqueza da região é fruto da sua imigração e colonização e esta se deu através do desenvolvimento local e regional, ou seja, inicialmente foi feito pelas e para as pessoas das comunidades. Esta é a forma mais saudável de desenvolvimento, pois não depende do investimento de capital externo, se vale única e exclusivamente do empreendedorismo local.

Nosso povo é empreendedor, de certa forma muito apegado aos valores monetários, por esta razão é preciso frear as vezes esta compulsão, a fim de que possamos preservar a nossa história.

É certo que o futuro não se constrói do passado, mas cada tijolo assentado hoje, nos conduzirá a uma situação positiva ou negativa no futuro. O que aqui foi feito é digno de orgulho e qualquer povo, comunidade, município, estado ou país, precisa ter orgulho do seu passado para construir o futuro.

O progresso e o futuro não são construídos apenas pelo crescimento econômico, muitas vezes este é perverso, pois excluem os aspectos e valores humanos, consideram apenas a eficiência econômica. Por esta razão, o entardecer desta última quinta-feira foi maravilhoso, uma verdadeira aula de cidadania, de participação e de integração entre a sociedade civil, a classe política e o poder público, só assim construiremos uma democracia justa socialmente.

Todos concordaram que o turismo pode promover o desenvolvimento, preservando a nossa história haveremos de ter a capacidade de atrair milhares de italianos para conhecer esta pequena Itália. Vôos e mais vôos podem ser fretados neste sentido e a Copa pode ser uma grande oportunidade para isto.

Negócios que crescem a mais de 10% ao ano são muito poucos, turismo é um deles e cultura é outro. Tais ramos de negócio, só são superados pelo negócio ilícito, mas este não queremos para nós, portanto, todo cuidado é pouco para a preservação do nosso patrimônio histórico, cultural e artístico.

O povo de Bento Gonçalves está de parabéns.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Análise política das eleições municipais de 2008 e seus efeitos.

A eleição de 2008 surpreendeu todos aos partidos, inclusive aquele que venceu.
Análise política das eleições municipais de 2008 e seus efeitos. 

As eleições.

As eleições de 2008 serviram para demonstrar que para ganhar ou perder basta estar concorrendo, dependendo da conjuntura. Parece uma redundância, mas não é. Aliás, um ano, antes do último pleito, todo o cenário se descortinava para que o status político da cidade não se movimentasse. Ao contrário sedimentava ainda mais. Essa era a voz corrente na cidade, inclusive daqueles que venceram. Primeiro, pelas características políticas da cidade e, segundo, pela fragilidade da oposição. Aliás, pelo que se percebeu, como os partidos e parlamentares não se encarregaram de fazer oposição, o próprio povo tomou essa tarefa para si. Isto ficou latente na corrida eleitoral.
Este foi o cenário que analisamos e sobre ele procedeu-se a ação do PSB em Bento. Adicione-se também o fato de que tais procedimentos foram tomados depois de uma vistosa, mas frágil, candidatura a Deputado Federal. Dois dilemas eram os que tínhamos de enfrentar: manter o partido com a atuação pela esquerda com o viés social e enfrentar uma eleição totalmente desequilibrada pelo centro de direita. Por outro lado, o PT negociava intensamente pela ultra direita com flerte explícito ao ex prefeito Darcy Pozza. Sonhava em poder indicar o candidato a vice de uma possível candidatura do PP, já que com o PMDB as negociações para o PT não evoluíam. Neste campo estava congestionada a vaga de vice. Este categoricamente não lhe deu possibilidade de indicar o candidato à vice prefeito, já que tinha compromissos com PP, PTB e PDT. Importante destacar que a fragilidade do PSB não era maior que a do PT. Este tinha uma visão de sua fragilidade que, inclusive, cogitava apenas em manter uma cadeira de Vereador, fato que lhe preocupava. Esta foi uma das conversas, ainda que informal, tida com lideranças do PT.
Ao PSB restavam 3 alternativas:
1) Candidatura própria: No entanto, tal alternativa foi arquivada pelo diretório municipal. O motivo foi que, naquele momento, o partido não dispunha de estrutura e mesmo de nomes disponíveis, já que o nome que era cogitado(Fabris) decidiu, juntamente com a direção, não participar do pleito.
2) Aliar-se com o PT que na época tinha uma enorme rejeição (e ainda tem, tanto que o partido foi escondido durante a campanha – e isso é fato).
3) A última alternativa seria uma coligação com o PMDB, já que aquele partido que convidou o PSB, era da base de apoio ao LULA e garantiria espaço para a implantação de propostas do PSB, além de outros itens políticos.  Foi o que se decidiu. Coligar com o PMDB, partido de centro. 


A aliança.

A aliança tinha que medir o ônus e o bônus, politicamente falando. Tinha que instrumentalizar o partido para que pudesse crescer, implantar suas idéias e manter intacto seu viés de partido de esquerda. A avaliação política geral era de que uma aliança com o PMDB poderia dar musculatura política para que o partido pudesse, fortalecido, implantar seus projetos e mostrar como faz e materializa seus ideais. Não contava, porém, com a rejeição da aliança, do modelo administrativo de privilégios, com desgaste pela gestão continuada de mais de 30 anos e, por fim, com a enorme rejeição do candidato a prefeito. Tais fatos foram fatais para que a aliança naufragasse.
O povo rejeitou os fatores antes citados. O inusitado da história foi que o PSB não participou da aliança que governou, não participou do modelo administrativo em nenhum dos 30 anos e não escolheu o candidato. Portanto, somente arcou com o ônus sem qualquer tipo de bônus ou facilidade ventilada nas eleições e pelas quais foi derrotada a aliança.


O revés eleitoral do pleito majoritário.

Vários são os motivos pelos quais a derrota foi verificada. Além daqueles declinados anteriormente, temos a questão da própria campanha. O cansaço demonstrado na comunicação, os erros táticos e a falta de clareza das propostas foram fatores determinantes para a situação verificada. Mais uma vez o PSB apenas arcou com o ônus. Suas idéias pouco ou nada foram colocadas em prática, durante a campanha. Ademais, o desgaste foi exposto ainda mais o que causou uma revolta geral no povo. Falava-se muito sobre os cargos de confiança. Pois bem, estes mesmos cargos resolveram se acotovelar nas esquinas fazendo bandeirassos sem nenhum ânimo e demonstrando nenhum apego à campanha pela forma como atuavam. Ora, isso foi determinante para o constrangimento daqueles que realmente faziam campanha e o povo tomou aquilo como uma explícita exposição de defeitos.
Assim, veio a eleição dando ampla maioria contra os itens já declinados. Veja que é bom ressaltar que o apoio da população não tem haver, automaticamente, com a votação prestigiando o PT ou o próprio candidato. Aliás, como se viu, sequer as bandeiras do partido foram utilizadas. Foi trabalhado com o partido na “surdina”.


Tarefas futuras do PSB de Bento Gonçalves-RS.

Nosso partido deve promover atividades para que se possa colocar o PSB no pleito da luta social. Não podemos dar chance aos vacilos típicos de tempos de poder ou partidos aliados ao poder. A ação dos militantes deve ser diretamente dirigida pelo partido. O partido deve agir conforme sua expressa formação organizativa, ter unidade na ação permitindo-se a discussão máxima até a decisão final, sempre primando pela disciplina e democracia.
Propostas em anexo.


1º ano de administração Petista em Bento Gonçalves-RS.

É certo que as últimas eleições entrarão para a história da cidade de Bento Gonçalves. Primeiro, pela forma polarizada e segundo pelo surpreendente resultado das urnas. A união dos 14 partidos em torno do poder passou a impressão para a população de que ela não seria ouvida para o novo mandato. Mais, passou a impressão que os últimos 30 anos de administração seriam seguidos por mais 4 com mais inchaço de CCs, com nepotismo e outros defeitos já assinalados. Assim, independente de quem estava no outro lado, a população resolveu dar um basta ao continuísmo político administrativo. Adicione-se a isso o fato de que as propostas antes defendidas pelo PSB foram defendidas pelo lado vencedor. A conjugação de tais componentes levou o PT ao poder pela primeira vez em Bento Gonçalves. Coube ao PSB aceitar e respeitar democraticamente o resultado das urnas, embora alguns filiados incautos gostariam de impregnar-se açodadamente de adesismo e correr para os braços petistas. Sabiamente a direção vetou tal comportamento e, ainda, definiu que somente a direção trataria da relação política entre o novo governo e o partido e tal resolução ainda continua em vigor na cidade. Depois de passados 11 meses de governo os petistas demonstram claras dificuldades em gerir a nova administração. Ao assumir uma estrutura administrativa de muitos mandatos com o mesmo viés, demonstram dificuldades para imprimir mudanças no governo como as apregoadas na campanha. Não existe um governo com clara identificação de esquerda ou centro esquerda. Aliás, não existe uma identificação no governo. Alguns secretários não têm nenhuma tradição de engajamento na luta política e social e isso se verifica como conseqüência nas falhas do governo de modo geral. Surgem reclamações em vários setores. O governo, como um todo, demonstra pouco apego ao diálogo com a sociedade organizada. Não dialoga com partidos institucionalmente, nem mesmo aqueles do mesmo campo, como eles mesmos dizem a nível nacional e estadual, o PSB, PCdo B e outros. Fazem isso, mesmo que nas eleições fossem estes partidos, muito solicitados e cortejados para o fim de formar chapa, como ficou público e amplamente demonstrado. Na prática, não vem demonstrando diferença de outros partidos, quando no poder. Demonstram também que ao não estarem dispostos a dialogar institucionalmente com os partidos, preferem o contado individual facilitando assim a cooptação de pessoas, quadros e filiados. Convidam filiados de um e de outro partido para participar de “cargos”, mesmo que sem relevância no governo, não demonstrando buscar o fortalecimento dos partidos políticos como instituição e a democracia política. De qualquer forma, ainda é cedo para se fazer uma análise definitiva sobre o Governo Municipal. Pois se passaram apenas 11 dos 48 meses que dispõem o PT na Administração. No entanto, já se podem tirar estas conclusões com segurança pelos primeiros passos do novo governo, já que estes são os indicativos seguros de seu comportamento inicial. 

Resolução política(aprovada) - Congresso Municipal 28/11/2009.

                 

 Resolução política(aprovada) - Congresso Municipal 28/11/2009. 

O Partido Socialista Brasileiro de Bento Gonçalves, diante da nova conjuntura política da cidade, manifesta-se publicamente nos seguintes termos:

1) O PSB em Bento Gonçalves conclui que teve uma derrota eleitoral. Não política nas eleições passada.
2) Entende que contribuiu para o debate de idéias desde a sua fundação, já que disputou as eleições com candidatura própria demonstrando quais os princípios que apregoa;

3) É um partido de princípios socialistas e nunca renegou este compromisso em todos os pleitos que participou. Também nunca escondeu seu partido utilizando, sempre seus símbolos e principalmente propostas e princípios.

4) Nas eleições de 2004 e 2006, como todos lembram e ficou registrado na história política da cidade, (e isso ninguém pode negar) apresentou propostas como “Hospital dos Trabalhadores”, Luta pelo Trem Regional, Construção de Perimetrais, Polícia Comunitária e Transparência Administrativa.

5) Assim, entende que o revés eleitoral ficou longe de ser uma derrota política. O PSB teve uma vitória ao ver que a população aprovou a construção do Hospital dos Trabalhadores, embora agora defendida pelo PT, já que em 2004 nada falava a respeito quanto estava na coligação com o PDT. Espera que as propostas sejam cumpridas, sendo que o PSB igualmente continuará lutando para a viabilização de tais projetos já que germinados com o nascimento do PSB;

6) Por final, dizer que o ônus pago pela escolha da tática eleitoral nada ofusca a luta travada pelo partido a nível nacional, estadual e municipal pelas propostas já declinadas e mesmo pelos princípios partidários amplamente divulgados. No entanto, os pontos frágeis identificados nestas eleições pela discussão política, não são de responsabilidade do partido. Vejamos: Dos mais de 30 anos de continuidade administrativa nunca participou de qualquer governo neste período na cidade; na última gestão não utilizou nenhum cargo de confiança e, portanto, não assume a responsabilidade pelos eventuais exageros cometidos na contratação em número, gênero, salários e/ou familiares. Aliás, desde que o partido nasceu em Bento Gonçalves nunca precisou de qualquer cargo CC em nenhuma esfera governamental (talvez o único partido) para desenvolver suas políticas de lutas. Não autorizou e não autoriza qualquer filiado a utilizar cargos dentro de qualquer governo sem que a direção adote posição política a respeito. Portanto, quem estiver em cargo de CC dentro da atual administração terá de optar pelos cargos ou pelo partido no prazo de 30 dias. A partir do prazo serão submetidos à comissão de ética.  

7) A aliança eleitoral assumida pelo PSB visava um eventual futuro governo sendo que todas as propostas declinadas anteriormente estavam contempladas na luta do partido;

8) Assim, o PSB em Bento Gonçalves segue lutando para concretizar as propostas. Deseja que a atual administração consiga realizar as propostas lançadas no período eleitoral de 2008, pois quem ganhará com tudo isso será o povo de Bento Gonçalves.

9) Agradece aos militantes e simpatizantes pelo apoio dispensado e principalmente pela compreensão neste pleito, o qual foi importante para trilhar mais este espaço afirmando que seguiremos em frente na luta pelos princípios partidários e propostas defendidas durante as sucessivas participações do partido. 

10) O PSB de Bento Gonçalves assume a tarefa de organizar o partido para o próximo embate eleitoral no qual será protagonizado pelos Deputados Ciro Gomes e Beto Albuquerque, a nível nacional e estadual, respectivamente.  Para contribuir nessa luta apresenta o como pré-candidato o companheiro Werner Shcumacher para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa ou Câmara dos Deputados;


DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO DE BENTO GONÇALVES, 28 DE NOVEMBRO DE 2009.

Kennedy Alencar entrevista João Pedro Stedile

O economista João Pedro Stédile é o principal lider do MST( Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Responde críticas que o MST sofre por invasões violentas e pela suposta falta de transparência na prestação de contas de recursos públicos que recebe por meio de ONGs. Tratará também sobre o relacionamento do movimento com o governo lula.

Lírio Luiz Baggio Júnior

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Transporte Coletivo e Pedágios - Audiência Pública

Um país como o nosso - que investe tão pouco em educação - não contribui para a formação de um povo capaz de exercer a sua cidadania, por esta razão a nossa participação nos destinos do Brasil é muito acanhada e assim alguns deitam e rolam as nossas custas.

Bento Gonçalves não tem um ônibus direto para Porto Alegre e vice-versa. Muitas vezes poderíamos ir de ônibus para a capital, mas por este motivo: TEMPO, não o fazemos, além do valor da passagem não compensar, ou seja, dá na mesma, se não for mais caro que ir só de carro. Duas pessoas então nem se fala.

Mas ainda com relação ao tempo, é importante observar que de Bento a Capital há entre lombadas e pardais mais ou menos uns 15 aparelhos e um pedágio. A nossa falta de civilidade, fruto da má educação, o não respeito à sinalização é que determina a existência de tantos controladores de velocidade.

Antes desta parafernália toda, ia-se a Porto Alegre no máximo em hora e meia, respeitando os limites de velocidade e mais, sem a duplicação de São Vendelino a Scharlau e o pedágio. Hoje se consegue este tempo apenas de madrugada. Quem gosta de Fórmula Um sabe o quanto pode representar uma parada no box, talvez a perda da corrida, eis a importância da questão tempo no mundo moderno. Até chá enlatado já existe de tanta pressa que se tem.

O exemplo da Fórmula Um serve para ilustrar o quanto se perde de tempo a cada controlador de velocidade e no pedágio, menos mal que há só um. Isto não significa que em alguns pontos não se deva reduzir a velocidade, para segurança dos pedestres, mas outras providencias poderiam ser tomadas para isto, mas há alguns em locais sem esta necessidade.

Calculando por baixo isto pode representar 15 minutos. Vamos supor então que a empresa Bento tenha dez ônibus que vão a e voltam de Porto Alegre diariamente. Isto significa 300 minutos ou 5 horas, 365 dias por ano 1825 horas, ou seja, 76 dias por ano. Esta perda diária daria, no mínimo, para se colocar mais um ônibus, que aumentaria o faturamento e lucro da empresa e poderia ser revertido em conforto, talvez emprego, mais um ônibus, impostos, etc. Afinal, isto pode representar um faturamento anual aproximado de R$ 600 mil.

O melhor aproveitamento da frota, entre outras, deveria levar também a uma redução nos preços das passagens.

O custo do transporte é elevadíssimo no Brasil, pois depende muito da malha rodoviária e o tempo que se perde, o gasto na manutenção dos veículos, perda de pneus pelas más condições das estradas, fazem que os nossos produtos sejam pouco competitivos.

O tráfego nas rodovias precisa fluir, para isto que elas foram feitas, afinal por onde se escoa a riqueza produzida neste país? Enquanto não há ferrovias e hidrovias, nada se pode fazer.

Tudo isto faz parte do que chamamos CUSTO BRASIL, o mau uso do dinheiro público, investimentos mau feitos, estradas ruins, tempo perdidos com excesso de burocracia, entre tantos outros, precisam ser geridos para de forma a dar maior eficiência aos serviços públicos e para a competitividade dos nossos produtos.

O pedágio é um custo importante no preço dos produtos, pois ele não é apenas o valor cobrado na cancela, ele entra no custo do arroz, do feijão, da banana, do móvel, do vinho, etc. e se multiplica pela elevada carga tributária, jamais vista na história deste país. Aliás, jamais ouvi o nosso presidente se referir a ela desta forma, como o faz seguidamente em outras questões.

Nunca – na história do Rio Grande do Sul – se viu estradas tão ruins, como disse um cidadão na audiência pública, não são rodovias, mas sim REMENDOVIAS. Pior, dizem que as concessionárias estão reclamando indenização de quase R$ 2 bilhões.

A maioria das pessoas está focada única e exclusivamente no pedágio e nenhuma outra solução é procurada. Sempre há uma maneira melhor de se fazer qualquer coisa, este é o preceito geral da administração.

Como disse um cidadão na audiência: “e o IPVA pra que serve?” O que é feito deste dinheiro, realmente, falta muita transparência no uso das verbas públicas, mas se a sociedade civil não participar ativamente, controlando e cobrando, o uso dos recursos, tudo continuará como era dantes. A audiência foi um bom indício de que podemos mudar, basta querer.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PSB 40 BENTO GONÇALVES APRESENTA NOVA EXECUTIVA

O PSB de Bento Gonçalves tem nova Executiva. No dia 28 de novembro foi realizado o congresso municipal do partido que definiu novo diretório e uma nova executiva que terá a missão de comandar a sigla na próxima eleição onde o Partido Socialista Brasileiro deverá ter candidatos concorrendo ao governo do estado e a Presidência da República, com os deputados Beto Albuquerque e Ciro Gomes, respectivamente.


A executiva ficou composta por:

Presidente: VILMAR BÁGGIO
Vice-presidente: FABIANO FILIPPI CHIELLA
Secretário de organização: LUCIANE SBERSE
Primeiro secretário: WERNER SCHUMACHER
Vice-secretário: VALTERI BRESSAN
Secretário de finanças: LIGIANE MULLER ARNOT
Segundo secretário: MARCOS RIGOTTI
Divulgação: VILSON MOURA
Comissão de ética: SIANE FABRIS, VILMA BÁGGIO, ILDO REUS PELICIOLI FILHOS

O partido também torna pública a possibilidade de lançar, como ocorreu no último pleito, candidato a deputado. O Sr. Werner Schumacher disponibilizou seu nome para que o PSB faça uso nas esferas estadual ou federal.
Como vice-presidente, quero parabenizar o ex-presidente, Sr. Luis Fabris pelo excelente trabalho que desempenhou em prol ao partido e desejo ao novo presidente, Sr. Vilmar Baggio, muito sucesso e empenho na luta socialista, além de cumprimentá-lo pela coragem em assumir a tarefa de levar adiante a bandeira socialista em períodos políticos conturbados, onde as alianças e os interesses variam de acordo com a possibilidade de poder. A ética e a ideologia partidária estão sendo esquecidos ou negociados, não em benefício ao povo, mas ao interesse material e capital de cada político.

Fabiano Filippi Chiella

A caminho de uma só empresa

Quem pensaria, há não muito tempo atrás, que as cervejas Brahma e Antártica fariam parte de uma só empresa, a AmBev. O mesmo vale para a Sadia e a Perdigão, bem como para os bancos Itaú e Unibanco.

A concentração de empresas em grandes corporações, via aquisição ou fusão, é uma tendência mundial com o intuito de que estas se fortaleçam e, com maior poder de barganha, sejam mais competitivas neste mercado extremamente globalizado.

Bom ou ruim, isto vem acontecendo cada vez mais, vejam o caso agora da fusão entre o Pão de Açúcar e Casas Bahia, as duas juntas terão 1.015 lojas, com um total de 137 mil funcionários, tornando-se o maior empregador do país e em 5º lugar entre as maiores empresas, ficando atrás apenas da Petrobrás, Vale, Gerdau e Ambev.

Estas concentrações visam controlar o mercado, provavelmente, 50% do mercado de eletrodomésticos, eletrônicos artigos de informática, etc. estará na mão desta rede e, comenta-se, que em São Paulo 70%.

O objetivo destas concentrações também é a manutenção do lucro, cada vez mais espremido pela forte concorrência, logo alianças são necessidades estratégicas para a manutenção do lucro, tirando do mercado o poder de fixar os preços.

Com maior poder de barganha, as novas negociações implicarão na redução de preços e maior prazo de pagamento, podendo trazer dificuldades para os fornecedores. Cabe ressaltar, ainda, que as Casas Bahia é proprietária da fábrica de móveis Bartira, indicando uma verticalização por parte da empresa em alguns itens do seu negócio, pois a preferência é para a fábrica deles, depois para as outras.

Os nossos moveleiros que se cuidem, talvez esteja na hora de pensarem também em fusões, aquisições, etc., seguir o exemplo.

Há também uma sobreposição de lojas, calcula-se em 100 estabelecimentos que deverão ser fechados, mais o setor administrativo único, redundará na demissão de muitos funcionários. A economia gerada pela fusão será de R$ 2 bilhões, para um faturamento estimado de R$ 18 bilhões, dá pra perceber o quanto isto representa para o aumento do lucro.

As Casas Bahia, por outro lado, mais parece um banco travestido que uma empresa verejista, já que o ganho financeiro é, no mínimo, igual ao lucro. Eles tem 32 milhões de clientes e graças a sua particular política de crédito, apenas 1 milhão destes estão com atrasos nos pagamentos.

“Um pais só é forte se as suas empresas são fortes e as fusões são o caminho para isto”, afirma o consultor de empresas Nelson Barrizzelli, mas o Pão de Açúcar, é uma empresa brasileira ou do grupo francês Casino?

Tudo é relativo nesta vida, mas o poder está indo cada vez mais para poucos bilionários, pouco mais de 300 deles, controlam 80% da riqueza gerada no mundo. Controlar grande parcela do mercado, quando não é monopólio, é oligopólio e isto pode ser classificado como um “crime” econômico.

A realidade é que o mundo dos negócios está voltado – única e exclusivamente - para a satisfação da eficiência econômica e não para a satisfação das necessidades humanas, embora esta seja o fundamento da economia.

Infelizmente, o racionalismo econômico nos está conduzindo para uma concentração de renda jamais vista na história mundial e este caminho é o de poucas empresas e com isto o futuro do emprego está comprometido.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SERRA DESISTIRÁ DA CORRIDA ELEITORAL

Segundo o deputado do PSB-CE, Ciro Gomes, José Serra se dará conta da derrota eleitoral e desistirá de comcorrer a presidencia. Acompanhe a entrevista no link abaixo.

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/12/03/ult5773u3208.jhtm

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Chandon - O último dos Moicanos

Todas as multinacionais que atuavam na vitivinicultura nacional deixaram o país. Estas empresas foram responsáveis na década de 80 por uma grande melhora qualitativa dos nossos vinhos. Mas multinacional não tem pátria e se movem para onde há melhores condições de produzir e lucrar.

A exceção é a Chandon, que está no país pelo crescente mercado brasileiro de espumantes e pelo fato de que a nossa uva é uma matéria-prima de excelente qualidade para a produção de espumantes. De acordo com Mevel, o enólogo da Chandon no Brasil, o produto aqui elaborado é o espumante das Américas.

O Brasil é um país muito bonzinho, apóia o Chaves, o Zelaya e recebe de braços abertos o presidente do Irã, além de praticar uma política monetária que coloca a nossa moeda no primeiro posto entre as moedas mais valorizadas do mundo.

Isto torna conveniente a importação de produtos, ficam extremamente baratos no nosso mercado e os produtos nacionais não conseguem competir, seja no mercado interno como externo. O nosso gás industrial é o segundo mais caro do mundo, o lanche Big Mac é o sexto mais caro do mundo e, disse ontem um empresário, que tem fábrica em Barem, ser a nossa água mais cara que a de lá, mesmo passando por dessalinização.

Em contrapartida, a Argentina mantém sua moeda desvalorizada (assim como a China) para favorecer as exportações de seus produtos e possui extensas áreas de terras com vinhedos. Há lá propriedades enormes, famílias sozinhas com mil ou mais hectares é comum. Como bem disse Adriano Miolo em entrevista à revista de circulação semanal: “propriedades deste porte ou maiores é condição sinequanon para ser competitivo no mercado internacional”. Colheita mecânica 24 horas por dia é possível neste país.

Aqui na Serra Gaúcha as propriedades são pequenas – em média 2 hectares de vinhedos por família – e a produção em zona montanhosa é mais custosa. De acordo com estudos realizados na Europa, a produção de uvas em montanha requer dez horas mais de trabalho que aquela em planície. Lá os produtores de vinho de montanha se uniram, criaram uma associação e recebem subsídios, pois cidades milenares estavam sujeitas a desaparecer.

Ninguém se deu por conta ainda que a Serra Gaúcha é a única região da América Latina a produzir vinhos em áreas montanhosas. A mais de 13 anos isto vem sendo dito, mas ninguém dá importância ao assunto.

Na Argentina, produções de 30, 40 ou mais toneladas de uva por hectare não é problema, é comum e esta produção é extremamente competitiva a nível mundial. Não se trata de enologia de qualidade, mas de produtos populares a preços baixíssimos.

A parte as questões monetária e cambial, melhores condições climáticas e de solo para a produção da fruta, o nosso Brasil ainda pratica uma das mais altas cargas tributárias do mundo.

Também, a nossa burocracia e o famigerado Custo Brasil, fazem com que seja melhor investir noutro país e para cá exportar. Qualquer rótulo aqui entra, não precisa seguir as normas de rotulagem exigidas para os produtos nacionais. Produtos importados entram no nosso mercado, mesmo que não permitidos legalmente de serem elaborados aqui, pela simples alegação de que são típicos em seu país de origem. E assim por diante.

A saída das multinacionais na produção de vinhos no país provocou – positivamente – o surgimento de inúmeras vinícolas. Em poucos anos o número de estabelecimento praticamente dobrou, mas é uma produção muito pulverizada e sem capacidade de logística e distribuição de seus produtos. A sobrevivência destas empresas se dá com muita dificuldade e o governo do Estado ainda aplica a substituição tributária para aumentá-las.

Não basta chorar, reclamar, etc., é preciso reestruturar a nossa vitivinicultura, pois mais de 15 mil famílias vivem da produção de uvas na Serra Gaúcha. Mesmo que outras terras, planas e mecanizáveis, sejam trabalhadas, não podemos deixar que estas famílias abandonem a sua atividade. Graças a elas vivemos em um paraíso, de extrema beleza e potencial turístico.

No entanto, a persistir a política econômica do país, as faltas de política industrial, agrícola e de planejamento, continuarão a mandar empresas para fora do país e a exportar empregos.


Werner Schumacher
Economista

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Economia de Mercado e a Democracia

Na teoria o mercado perfeito ou ideal é aquele que nenhum agente econômico (empresas, produtores rurais, governo, bancos e consumidores) consegue interferir no preço de uma mercadoria, este se regula sozinho. Na verdade isto só se dá na teoria, na prática é diferente.
Toda empresa quer, precisa e deve dominar o mercado, mas isto é considerado monopólio, de certo modo aceito apenas quando de propriedade do Estado, como algumas empresas que conhecemos. No setor de gás industrial, por exemplo, há diversos projetos de investimentos, no entanto, estão parados por dependerem da Petrobras e de uma regulamentação do mercado pelo governo, por esta razão o nosso gás é o 2º mais caro do mundo.
Quando não há monopólio, as empresas acabam por buscar a formação de oligopólios ou a prática de cartéis. As grandes corporações são hoje verdadeiros oligopólios, como exemplo, podemos citar o caso dos refrigerantes onde apenas 4 (quatro) empresas – menos de 0,5% das fábricas instaladas no Brasil – dominam 80% do mercado.
Estas empresas estão sendo acusadas de comprarem espaços nos supermercados para que os demais não os tenham. Também, oferecem outros produtos aos supermercados e se estes não os querem, forçam a venda dizendo que não irão entregar o produto de maior venda, além de praticarem preços abaixo daqueles de mercado com produtos de 2ª linha a fim de aumentarem o seu domínio e eliminar concorrentes.
Já a prática de cartel seguidamente é vista no noticiário, principalmente, por alguns postos de gasolina que combinam entre si um mesmo preço a praticar na bomba. Todas estas práticas são condenáveis e exigem a intervenção do governo.
O mercado não é santo e muito menos Deus.
O governo pode intervir de diversas formas, mas pouco faz para mudar a questão estrutural da economia, quando muito se vale de medidas conjunturais. A política monetária brasileira, com a cobrança de juros abusivos tem incentivado a entrada de capitais estrangeiros no país e isto vem sendo a causa da valorização da nossa moeda em relação ao dólar americano. Hoje o Real é a moeda mais apreciada no mundo em relação ao dólar, 36%.
Se um brasileiro for ao Uruguai hoje, este poderá comer praticamente dois Big Mac’s lá pelo mesmo valor que se paga um aqui. O nosso é o sexto mais caro do mundo. Aliás, aqui se paga mais por um lanche e um refrigerante do que estes acompanhado de batata frita, mais produto por um preço menor. Isto é picaretagem, engodo.
O Real apreciado torna as importações mais baratas e por esta razão estamos assistindo um verdadeiro “Tsunami” de vinhos importados e outras mercadorias no mercado brasileiro e esta oferta maior tem provocado à queda das vendas dos produtos nacionais e, pior ainda, no caso da uva, uma difícil colocação da fruta produzida na Serra Gaúcha. Como se pode ver o desequilíbrio entre a oferta e a procura, neste caso, é provocado por uma política governamental e não pela “Lei” de oferta e procura, leia-se mercado.
Dificilmente, a economia de mercado consegue promover por si só o equilíbrio entre a oferta e a procura, consequentemente, um preço justo para vendedores e compradores, pois o mercado está sujeito a chuvas e trovoadas, tornando necessária a intervenção do governo, que infelizmente na maioria das vezes não é satisfatória.
Se considerarmos que a produção de uva na Serra Gaúcha representa 90% da produção de vinhos do país, a conseqüência desta política monetária é um verdadeiro desastre para o setor, trágica para as mais de 15 mil famílias vivem da produção de uvas.
Diante desta situação, há um bom tempo, o IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho, por decisão de um colegiado, resolveu – acertadamente - realizar diversas campanhas promocionais para melhorar a imagem do nosso o vinho e, consequentemente, aumentar o seu consumo.
Isto foi alcançado, de janeiro a outubro deste ano as vendas cresceram quase 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
Hoje, no entanto, a realidade é outra, pois 80% do mercado de vinhos finos, para onde houve maior canalização de recursos, está nas mãos de apenas 3 (três) empresas, que agregam menos de 10% das famílias produtoras de uva da região.
Não é difícil observar isto no momento, mas este fato é uma clara demonstração de que toda a ação deve ser planejada e revista nos momentos oportunos, principalmente, quando os recursos são oriundos de um fundo público, portanto, hoje é preciso inverter estes valores e beneficiar a totalidade das famílias ou o maior número possível delas.
O principal problema atualmente da cadeia produtiva uva e vinho é o preço da fruta, o recebimento desta pela indústria e o pagamento da colheita. Isto pode comprometer o futuro da agricultura familiar da região, pois já se presencia um desemprego invisível no meio rural, uma vez que os filhos dos agricultores precisam trabalhar na cidade para ajudar no sustento familiar.
Não se trata aqui de culpar A, B ou C, não há culpados, principalmente em um setor pouco unido e participativo, mas hoje é no mínimo contraditória a alegação de que a adoção do Selo de Controle Fiscal para vinhos – aquele utilizado na cachaça – irá proteger estas famílias, que momentaneamente estão abandonadas. Tudo isto ocorre pela precária participação política nas entidades – associações empresariais, sindicatos, etc. – e as decisões tomadas acabam por beneficiar a minoria, colocando em risco a democracia.
Como bem diz Frei Beto, nossa democracia não é representativa, muito menos participativa, é delegativa, ou seja, colocamos as pessoas lá e esperamos que elas façam algo por nós, só que nunca cobramos, controlamos, etc. Sem participação, não adianta reclamar, vence sempre o poder econômico, afinal, quem manda é o Deus Mercado e aqui apenas os valores econômicos ditam as regras.