segunda-feira, 1 de março de 2010

É o momento da Sociedade Civil participar

É praticamente consenso de todos de que o modo como vivemos hoje em dia é insustentável e se prosseguirmos desta forma acabaremos por esgotar todos os recursos da natureza, pois é preciso crescer e crescer sem levar em conta a capacidade do planeta. Não se está com isto duvidando da capacidade do ser humano em se adaptar e buscar soluções para os problemas existentes. No passado foram feitas diversas previsões sombrias sobre os destinos da humanidade, mas nenhuma delas considerava o aquecimento global, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais, principalmente, a água. Nas cidades se pensa apenas em saber quantos empregos serão gerados neste ou no próximo ano, consequentemente, quantas empresas deveremos atrair, na necessidade de moradias para abrigar estas pessoas e assim por diante, enfim tudo em nome do progresso. No entanto, tudo parece se resumir às ações do Estado ou daquelas da iniciativa privada. O primeiro depende de como atrairá votos para se manter no poder e decisões serão tomadas neste sentido, não há outro compromisso senão este. Já o segundo depende do mercado, este Deus Todo Poderoso e se não atender as suas exigências, morre. Dentro desta polarização a sociedade civil fica a mercê dos interesses destes dois grupos. Ora é a iniciativa privada que deve comandar o espetáculo, ora é o Estado que deve intervir ou ser forte, sem, no entanto, cumprir o seu papel que é proporcionar segurança, saúde e educação para os seus cidadãos. É o momento, portanto, da sociedade civil passar a se preocupar com o seu destino e futuro, interferindo nas ações e decisões tanto do Estado como da iniciativa privada, já que o modelo atual vem demonstrando ser incapaz de realizar suas atribuições ou pelo menos o que se espera. Vários exemplos de movimentos sociais estamos assistindo com maior freqüência, através de associações, Ongs, Oscips, cooperativas e, principalmente, pela economia solidária a sociedade civil está encontrando alternativas, pois entra ano e sai ano, os governos se caracterizam por apagar incêndios e a iniciativa privada não colabora para resolver os problemas do presente para que estes não continuem a ocorrer no futuro, ou seja, não há planejamento. Não há um município sequer na Serra Gaúcha que esteja planejando como gostaria de ser daqui a 20 anos. Cabe aqui ressaltar as ações das entidades Pro Teste e Idec de defesa do consumidor que denunciaram a presença de substância cancerígena em refrigerantes, néctares e refrescos, bem como de corantes prejudiciais à saúde do consumidor. Uma clara demonstração de que o Estado em si está falido, pois através dos órgãos públicos competentes não consegue detectar estes problemas. Enquanto não houver projeções e, no mínimo, um plano de metas do que se deseja, continuará persistindo o modelo atual, baseado exclusivamente no consumo, que já passou a ser sinônimo de felicidade e na cata de votos. De nada servirá candidatura única, como deseja o Fórum das Entidades de Bento Gonçalves, se não houver um projeto para o município e isto vale para qualquer outro da região. Isto serve também para a nossa vitivinicultura. O que somos? O que queremos? Para onde vamos? Seguramente, a maioria não quer seguir como está. Depende é claro da educação, mas se um passo não for dado, daqui a 20 anos estará pior.

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